Foto: Rogaciano José/CLDF

Na tarde da quinta-feira (21) foi a vez do vice-governador Renato Santana prestar depoimento à CPI da Saúde, após ter tido áudios de conversas gravadas entre ele, Valdeci Medeiros e a presidente do SindSaúde Mari Rodrigues divulgados pela imprensa. Quando questionado pelos deputados se teria se sentido traído pela sindicalista Mari Rodrigues, ao ter conhecimento do vazamento da conversa. Santana afirmou não ter nenhum tipo relação com a presidente e disse ainda que não tinha nenhum tipo de receio a respeito das gravações e que estava na CPI para dizer a verdade.

“Infelizmente tem homens e mulheres e cada um age à sua maneira. Nós temos o rigor da lei para tratar qualquer tipo de desmando ou desvio de conduta, enfim. Ela buscou fazer à sua maneira se é correto ou não se é licito ou não, eu não sou julgador eu vim aqui contribuir com essa comissão e dar esclarecimentos, não tenho nenhum tipo de relacionamento com a senhora Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde”, declarou o vice-governador.

O deputado Wasny de Roure (PT) questionou o vice-governador a respeito de trechos que estavam presentes nas gravações: “Autorizou o [inaudível] a pegar 10% de propina. Eu não autorizei” e, perguntou quem o vice-governador se referia e quem fazia o esquema de propina. O vice-governador, respondeu dizendo que não sabia de quem se tratava, que apenas tinha recebido um relato empresários e tinha levado a denúncia ao governador.

O deputado Reginaldo Veras insistiu na pergunta de Wasny de Roure e questionou novamente o depoente, pois de acordo com Veras, a presidente do SindSaúde, em seu depoimento, havia sido clara quando questionada a quem o vice-governador se referia que autorizou o pagamento, e afirmou com clareza que ele se referiu ao governador Rodrigo Rollemberg. O deputado Veras insistiu, o senhor confirma isso? Santana negou, afirmou que jamais teria feito tal afirmação, disse ainda que a sindicalista havia feito muitas declarações e que cabia a ela responder cada uma delas.

Diante das afirmações feitas pelo vice-governador que iam de encontro com as declarações da presidente do SindSaúde, o Deputado Wasny de Roure propôs uma acareação entre os dois depoentes envolvidos nas gravações. O que foi descartado de imediato pelo vice. Segundo Santana, não há necessidade de fazer uma acareação, neste primeiro momento, pois ele acredita no trabalho da Polícia Civil que por meio da Decap (Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública) farão um bom trabalho trazendo os agentes internos envolvidos.

Ao final da oitiva, a Comissão aprovou diversos requerimentos, dentre eles uma reunião conjunta com a presença do vice-governador Renato Santana e da presidente do SindSaúde Marli Rodrigues e outro que solicita informações do governador sobre ações tomadas após tomar conhecimento das denúncias em abril.

Por Evely Leão