Política Distrital recebeu denúncia, nesta terça-feira (31/Mai), que por um erro de gestores da antiga Regional de Saúde de Sobradinho, atual região norte, da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), os servidores que participaram da greve dos servidores em setembro de 2015, tiveram descontos. que chegaram a R$ 1.800.  Os trabalhadores que tiveram descontos participaram de paralisação em 24 de setembro e do movimento grevista entre os dias 7 e 28 de outubro de 2015.

De acordo com um servidor que procurou o Blog, a SES-DF descontou R$ 1.800 no contracheque por ter participado da Greve. “Isso é um absurdo pois o nosso sindicato havia negociado com o GDF e estava acordado que os dias não seriam descontados.”, disse ao demostrar preocupação: “E agora como vou pagar as minhas contas?”, perguntou.

Política Distrital conversou com o vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF), Jorge Vianna, que confirmou o erro. “Os trabalhadores da regional de sobradinho tiveram desconto por erro administrativo. O chefe na época, orientou em colocar um código errado, que é o 022 que é falta justificada e o erro perpetuou, até que identificamos o erro. Nós fomos à Secretaria de Saúde no dia 19 de maio, quando informamos o erro. A administração não corrigiu o problema e de fato houve técnico em enfermagem com desconto de até R$ 1.800. ”.

Paralisação

Ao Blog, Vianna afirmou ainda que conversou com o secretário de Saúde, Humberto Lucena, e aguarda até o fim do dia para que se resolva o problema pois caso não resolva, a categoria está preparada a fazer paralisação o que pode agravar a capacidade de atendimento nas unidades de Saúde do DF. “Estive pessoalmente na secretaria e conversei com o Secretário sobre o problema e nós [Sindate-DF] aguardamos um parecer do Secretário até o fim do dia, pois do jeito que a categoria está revoltada, se de fato a Secretaria não tomar nenhuma providência, a categoria pode parar.”.

Horas Extras

Perguntado se a não previsão do pagamento das Horas Extras em atraso desde fevereiro pode agravar o problema e estimular a paralisação, Vianna foi enfático ao confirmar o agravante para a categoria. “Embora o Sindicato [Sindate-DF] recomende a categoria que não faça horas extras enquanto o GDF não pagar os valores atrasados é claro que pode. Aqueles servidores que ainda estão fazendo as horas extras fazem porque precisam do recurso e se ainda não sabem se poderão contar com o recurso, fica complicado. E se considerar que há quem possa ter um desconto de R$ 1.800, no salário. Você [articulista de Política Distrital], que  conhece a realidade dos salários dos técnicos em enfermagem, sabe que vai ter servidor que não vai ter salário para receber. Se isso não for resolvido hoje, podemos ter sim uma paralisação da nossa categoria.”.

Até seis meses? Como assim secretário?

Política Distrital questionou a SES-DF sobre o problema e, por meio da Assessoria de Comunicação (Ascom) a Secretaria informou que os pontos dos servidores que participaram da greve em 2015 foram abonados e que os dias trabalhados devem ser repostos em prazo máximo de seis meses. “A Secretaria de Saúde informa que o ponto dos profissionais de saúde, inclusive médicos, que aderiram à paralisação do dia 24 de setembro e ao movimento grevista ocorrido entre os dias 7 e 28 de outubro de 2015 foi abonado. Os dias não trabalhados, a partir de 29 de outubro até a data final da greve, deverão ser repostos no prazo máximo de seis meses. (SIC)”.

O Blog insistiu com relação ao posicionamento da SES-DF sobre o problema e em novo retorno a Secretaria reiterou o que havia mencionado anteriormente e adicionou apenas que “Os servidores, cujos contracheques apresentaram algum desconto em virtude da paralisação, devem procurar seu Núcleo de Pessoal para esclarecimentos caso a caso.”.

Entenda o caso

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Em outubro de 2015 o GDF criou um código para identificar os servidores que participaram de paralisações ou aderissem ao movimento grevista. As informações são lançadas no Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos (SIGRH) sob o código código “40034” – “falta paralisação” para constar no contracheque para identificar os descontos dos dias faltados provenientes da greve.

Após o movimento de greve, houve acordo para que os dias fossem abonados e esse código, lançado pelos chefes de setor, nas unidades de saúde deveriam identificar os dias a serem abonados. Porém, de acordo com o Vianna, os gestores da unidade de Sobradinho, lançaram o código 022 no sistema, em relação aos técnicos em enfermagem, que identifica Falta sem Justificativa.

Novos casos

Política Distrital apura se há ocorrência de outros casos com entidades sindicais ligadas a outras categorias da Saúde, a exemplo dos médicos, enfermeiros, técnicos em radiologia e técnicos em laboratório.

Aguarde mais informações.

Por Kleber Karpov – Política Distrital