A CPI da Saúde da Câmara Legislativa pode resultar no indiciamento e pedidos de prisões para empresários, políticos e servidores do GDF que desviaram milhões de reais do sistema de saúde público do DF no período compreendido entre 2011 a 2016.
A partir dessa semana, a CPI da saúde vai se debruçar em cima fortes indícios de corrupção na compra e distribuição de órteses e próteses para a rede pública de saúde da capital, foram detectados pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal, um suposto prejuízo de R$ 75 milhões ao sistema de saúde público, e será apenas o começo das investigações realizadas pelos membros da CPI da Saúde que deverão se reunir nesta quarta-feira (25).
Secretaria de Saúde na mira
No ano passado, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal desembolsou quase R$ 180 milhões com serviços que não tinham contrato formal, segundo apuração do Tribunal de Contas. A SES-DF justificou que os gatos seriam para pagar faturas de limpeza, conservação, vigilância, lavanderia, fornecimento de oxigênio líquido, alimentação hospitalar, locação de imóveis, apoio às UTIs e internações domiciliares, medicina neonatal e médico-ambulatorial, entre outras.
A Assessoria de Comunicação da SES-DF em resposta ao Blog Política Distrital do jornalista Kleber Karpov, que questionou a visão da instituição sobre as investigações realizadas pela CPI da Saúde, respondeu: “A pasta, no entanto, acredita que as investigações podem sobrecarregar a área administrativa, uma vez que há número reduzido de profissionais e, durante uma CPI, há grande demanda de levantamento de dados para apreciação parlamentar”.
O Governo de Brasília terá que explicar como foram gastos no ano passado quase 7 bilhões do orçamento local e mais alguns milhões em transferências federais, numa saúde onde não se viu melhora ou sinal da boa aplicação deste montante. Só este ano, já foram gastos mais R$ 2,5 bilhões somente até abril e as tragédias continuam dentro de um sistema de saúde depauperado.
Por Ana Comarú
Fontes: CLDF e Política Distrital