O encontro com o Secretário deveria ter acontecido ontem (28), durante a assembléia geral realizada no Centro Obstétrico (CO) do HRC. Porém, Lucena não pode comparecer e pediu para remarcar o encontro para o dia 06 de julho, quarta-feira. O Sindate e a categoria aceitaram a nova data, mas ressaltam que se o Secretário de Saúde ou sua adjunta não comparecerem novamente, o sindicato será obrigado a tomar uma posição mais radical junto à categoria, pois nas condições atuais não há como manter o atendimento às mães que por vezes passam até dois dias no pós-parto privadas de seus acompanhantes e em condições insalubres.

Veja a situação do CO do HRC mostrada pelos profissionais da categoria
A categoria relatou que a superlotação do Centro Obstétrico somado ao déficit de técnicos em enfermagem tem sido caótico tanto para os profissionais quanto para os pacientes e seus acompanhantes. A carência de pessoal, tem forçado o regime de escala reduzida, sendo comum ter apenas dois técnicos para atender no pré-parto, parto, pós-parto e pacientes de alto risco, além da atenção ao recém nascido.

29062016_02Foi ressaltado durante a assembleia a falta de estrutura do hospital para cumprir a Lei do acompanhante, uma vez que estes não respeitam os profissionais que se sentem ameaçados, falta atendimento por telefone e a atenção das equipes fica voltada exclusivamente para as mães e seus recém nascidos. A gerente de enfermagem, Lurdes Granja explica que o CO tem condições de atender às demandas de parto, mas é inviável atender ao puerpério que ali se instalou e virou rotina, causando a superlotação.

A Técnica em enfermagem e advogada, Lílian Costa Silva afirmou que a superlotação do Centro Obstétrico, na ocasião havendo 58 pacientes com seus recém-nascidos e algumas mães com mais de 48 horas de pós-parto. Ela relatou ainda que por vezes mais de 3 mães ocuparam o mesmo box de parto em macas improvisadas, infringindo as normas da Central de Controle da Infeção Hospitalar do próprio HRC e as normas da Vigilância Sanitária.

Há atividades que não competem ao CO mas que foram impostas ao setor, como o preenchimento da Declaração de Nascido Vivo (DNV) e o transporte de pacientes. Jorge Vianna relembrou que não está nas atribuições do técnico realizar o transporte de pacientes, uma vez que esta é a função dos padioleiros. Na época, diante de tantos relatos caóticos, o Sindate propôs convocar o Secretário de Saúde em 15 dias e se ele não comparecesse, as atividades do setor seriam paralizadas, respeitando as emergências.

Por Ana Comarú