Imposição. Essa é a palavra que define a atuação da Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa) no Hospital de Apoio do Distrito Federal diante dos profissionais que trabalham no local. Foi o que apurou o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF), nessa quinta e sexta-feira (13 e 14), após solicitação dos técnicos em enfermagem.
A retirada da televisão, de forma arbitrária, dos postos de enfermagem foi um dos principais pontos abordados pelos servidores. A alegação é de que o equipamento estaria causando distração durante a manipulação da medicação. No entanto, no relatório elaborado pela Divisa, a menção sobre essa desatenção é aplicada apenas ao setor da farmácia e não engloba o posto de enfermagem todo, não havendo, portanto, necessidade de punir os técnicos da forma como foi feita.
“Em nenhum momento chegaram e conversaram com a gente. Não nos escutaram, não nos deram a chance de propor uma solução. Simplesmente retiraram os equipamentos”, comentou o técnico em enfermagem e membro do Sindate, Manoel Neto.
Diante do problema, o Sindate entrou em acordo com os servidores e levou uma solução para a direção do hospital. A proposta é que seja colocada uma divisória nos postos de enfermagem, isolando a sala de medicação. A direção do hospital concordou e se comprometeu a chamar um arquiteto para elaborar um projeto juntamente com os servidores. Em seguida, o projeto será encaminhado para aprovação da Divisa para sanar o problema. O sindicato acompanhará o processo.
Reunião com a direção do Hospital de Apoio. Foto: Wilter Moreira/Sindate-DF
Outros problemas
A retirada de ventiladores dos postos de enfermagem e a manutenção deles na enfermaria foi outra situação apresentada. Ao ser questionada, a direção esclareceu que, na enfermaria, os pacientes que têm dificuldade respiratória têm mais facilidade para respirar com o ventilador. No entanto, os postos sem a devida ventilação causa superaquecimento, tornando o local insalubre. O Sindate sugere, então, que seja instalado ar condicionado.
O sindicato apurou também que o hospital estava apresentando erro no processo de prescrição médica. “Os técnicos estavam copiando a prescrição do sistema em um papel para conseguir aplicar a medicação. Isso é um absurdo e pode causar diversos problemas. Essa prescrição tem que ser impressa, carimbada e assinada pelo médico, tanto para a segurança do paciente quanto do servidor”, avaliou a diretora de Assuntos Jurídicos do Sindate, Elza Aparecida.
Ao colocar essa situação, o hospital informou que acatará a sugestão do sindicato e resolverá o problema em breve, juntamente com a equipe de informática. As prescrições voltarão a ser impressas.
O Sindate esclareceu, ainda, dúvidas dos servidores a respeito de aposentadoria especial aos 25 anos e sobre as atribuições dos técnicos em enfermagem, na qual o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) deve fazer com que sejam cumpridas resoluções nº 588/2018 e nº 557/2017.
Por Rayane Fernandes


