Por Raquel Moreira

Mesmo com quase R$ 500 milhões disponíveis em conta, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal não conseguiu atingir nem 60% das metas estipuladas para 2016: o número de bebês nascidos com sífilis foi maior que o “programado”, assim como o tempo de chegada do socorro do Samu e a espera por radioterapia.

Paralelamente, também fora do “projetado”, não se conseguiu atingir os objetivos de cura de casos novos de tuberculose e Hanseníase, realização de mamografias, cobertura vacinal e investimentos em pesquisa. À reportagem, a Secretaria de Saúde disse que o relatório é preliminar.

Os dados compõem documento do Conselho Distrital de Saúde. A análise é da última sexta-feira (8) e foi obtida com exclusividade pelo G1. Ela leva em conta relatórios repassados pelo próprio GDF, apontando quais as metas para cada área e o que foi atingido – assim como se a situação é crítica, muito crítica, de alerta ou se o que era esperado foi atingido.

No texto, o Conselho Distrital de Saúde reprova a gestão feita pela Secretaria de Saúde em 2016 e afirma que a falta de adaptações a falhas apontadas em anos anteriores (de 2011 a 2015) resultou em “grave prejuízo na qualidade e abrangência da assistência pública no Distrito Federal tanto para o ano de 2015 e por óbvio impactarão os indicadores sanitários de 2017”.

O documento faz ainda uma observação: aprova parcialmente os relatórios apresentados pela Secretaria de Saúde, já que isso é necessário para evitar “possíveis restrições a repasses do Ministério da Saúde, que certamente iriam ofertar prejuízos à população do DF”. A Secretaria de Saúde disse que o texto ainda não foi analisado pelo plenário do órgão, que tem 28 membros.

Nesta segunda, membros do conselho e da Secretaria de Saúde se reuniram para discutir a possibilidade de mudar a avaliação. A análise é importante porque, depois de enviada aos órgãos competentes – Ministério da Saúde e Ministério Público –, pode ensejar em processos de improbidade administrativa, por exemplo.

Fonte: G1