O Sindate-DF juntamente com outras entidades sindicais e o Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), se reuniu com a Superintendente da Região de Saúde Sudoeste, Dra. Lucilene Florêncio, na manhã desta segunda-feira (05/06), para tratar da superlotação no Pronto Socorro do Hospital Regional de Taguatinga (HRG).
De acordo com relatos dos trabalhadores, além da constatação dos fatos, após fiscalização do Coren-DF, somente neste final de semana, o PS do HRG estava com mais de 180 pacientes para apenas 6 profissionais técnicos em enfermagem. “ Tinha paciente caindo das macas, estamos trabalhando sem materiais, nós estávamos apenas com 17 respiradores funcionando, as pessoas aqui estão morrendo, e nós não estamos mais tendo condições de continuar atendendo dessa forma”, relata uma das profissionais que estava de plantão no final de semana.
O problema
O caos na Secretaria de Saúde está instalado, há dois anos o governador alega estado de emergência, no entanto, nenhuma providência para equilibrar o caos na saúde foi tomada. A superintendente da Região Sudoeste, afirma que realmente a demanda está muito grande, e agradece a vinda das entidades para tentar resolver o problema.
A diretora do hospital, Dra. Karina Torres diz que a solução dos problemas seria Recursos Humanos, ou seja, a convocação de novos servidores. No entanto, a fiscal do Coren-DF, Daniela Rossi, contesta, e afirma que além de RH o problema também é falta de insumos e manutenção das equipamentos.
O presidente do Sindate, João Cardoso solicitou ao Coren que fosse feita uma interdição ética. “Precisamos de uma solução imediata para resolver a situação agora, do jeito que está não pode ficar, isso está prejudicando tantos os profissionais quanto os usuários. Nós conversamos com uma enfermeira lá fora e ela estava chorando. Os trabalhadores precisam de uma solução também”, afirma Cardoso.
De acordo com o presidente do Coren-DF, Gilney Guerra o problema não está somente no PS do HRG, mas em diversos hospitais da rede. “Estamos há dois anos em estado de emergência e por quê? O governador acabou com a atenção primária, e agora estão querendo colocar a Estratégia Saúde da Família, o que já deveria ter sido feito há muito tempo, só que agora estão querendo colocar de qualquer jeito. O problema na SES-DF se resume a falta servidor, falta de manutenção e falta de insumos. Eu, enquanto Coren, só tenho duas coisas a fazer interdição ou judicialização”, declara o presidente do Coren-DF.
Solução imediata
Após o debate, a superintendente sugeriu que fosse cumprida a capacidade de instalação dos leitos dos PS do HRG, que são 64 leitos e 4 no boxe. Lucilene pede que seja respeitada a capacidade do hospital, para que os servidores consigam atender respeitando a legislação, que é prestando o serviço, mas sem ferir os seus direitos. “O HRT precisa assumir a vaga zero, que nada mais é que ficar com o que cabe atender, e respeitar a capacidade instalada. Não estou desrespeitando nada e nem ninguém e muito menos querendo restringir atendimento, os leitos continuarão os mesmos”, afirma Lucilene.
O vice-presidente do Coren-DF, Elissandro Noronha propôs que fosse criada uma comissão composta por cada entidade para ficar três dias dentro do HRT e fazer um relatório dos problemas identificados e propor soluções. A proposta foi aceita pelos presentes e pela superintendência, e nesta terça-feira (06/06) a comissão já começará a trabalhar. “Nós sabemos que isso não irá resolver o problema, mas é uma forma de remediar a situação do PS do HRT”, explica Noronha.
Por Evely Leão