Foto: Matheus Oliveira

Distribuição dos bichinhos começou nesta segunda-feira (17)

Por Ailane Silva

Os bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Materno Infantil (Hmib) começaram, nesta segunda-feira (17), a compartilhar o espaço da incubadora com novos visitantes: os polvos de crochê. Com 25 leitos ativos e ocupados, a unidade é a terceira da rede da Secretaria de Saúde a oferecer os bichinhos. Os animais servem de companhia para os prematuros e contribuem para melhorar os sinais vitais, bem como para acalmar os bebês, uma vez que os tentáculos se assemelham ao cordão umbilical da mãe.

A ação foi possível graças à solidariedade de servidores do Hmib e de um subgrupo de uma rede social chamado “Mães Amigas de Águas Claras”. As doadoras, que somam 120 mulheres, confeccionaram 75 polvos e se comprometeram a entregar 25 unidades mensalmente para garantir a continuidade do projeto no Hmib, iniciado também em Santa Maria e em Ceilândia.

“Conseguimos, em menos de um mês, reunir voluntárias e produzir os polvos. Fizemos um encontro com 50 pessoas para iniciar, mas hoje temos uma rede maior, que pretendemos ampliar com novas oficinas para que os servidores e mães também possam contribuir”, disse a fisioterapeuta do Hmib Tatiana Felix, que faz parte do grupo de mães de Águas Claras e está à frente da iniciativa.

Janeta Brito, que faz parte do grupo nas redes sociais, produziu 17 unidades para doar. “Divido meu tempo com a família e, agora, com a produção dos polvos. Aprendi a fazer crochê na infância. Faço dois bichinhos por dia. Quem não sabe produzir pode doar linha e agulha”, disse. “Esse trabalho é muito gratificante, porque sempre quis ajudar voluntariamente em alguma iniciativa. É muito bom saber que meu trabalho manual está contribuindo para um bebê sair de uma situação crítica”, completou.

“Gostei muito da ideia. Na incubadora, os bebês se sentem muito sozinhos. Isso é um incentivo para melhorar os sinais vitais e deixá-los mais aconchegantes”, disse Polyana Castro, mãe de Aline Ramires Castro, que nasceu prematura com 1,6 quilo. Ela precisa ganhar 500 gramas para sair da Unidade de Cuidados Intermediários, que possui 10 leitos. Também existem 15 leitos de terapia intensiva (Utin).

DOAÇÕES – A previsão é de que outros hospitais desenvolvam o projeto, entre eles, o de Taguatinga e o de Base. As unidades que iniciaram ou se organizam para implantar o projeto têm recebido doações de linhas, de agulhas e de mão de obra, para confeccionar os bonecos. Isso porque é necessária a permanente reposição dos animais de crochê, que costumam ser levados para casa quando os recém-nascidos recebem alta hospitalar.

Confira abaixo as especificações e telefones de contato para colaborar com a iniciativa.

Instruções básicas:
* Linha de alto padrão, 100% algodão, de qualquer cor, resistente à lavagem em alta temperatura;
* Fibra siliconada para enchimento
* Os tentáculos do polvo devem ter o ponto bem fechado para evitar que o bebê prenda algum dedo. Além disso, a extensão de cada tentáculo não deve ultrapassar 22 centímetros quando esticado, para evitar riscos.

Contatos:
Hospital Regional de Santa Maria: 3392-6414
Hospital Regional de Ceilândia: 3471-9156
Hospital Regional de Taguatinga: 3353-1023
Hospital Materno Infantil: 3445-7543

Fonte: SES-DF