A acareação entre o vice-governador do DF, Renato Santana, e a sindicalista Marli Rodrigues, marcada para a manhã desta segunda-feira (15), em reunião da CPI da Saúde da Câmara Legislativa não pode ser realizada. Com a prerrogativa legal de não poder ser obrigado a comparecer por convocação, Renato Santana enviou à CPI, justificativa por escrito de sua ausência, no qual ele alega já ter comparecido e negou ter conhecimento de qualquer esquema de corrupção na Secretaria de Saúde.
Os parlamentares, criticaram a ausência de Santana e as recomendações dadas pelo Ministério Público aos outros convocados, para não prestarem depoimento. “As ausências e os silêncios garantidos por habeas corpus só indicam que há muito a ser investigado. A sociedade pode estar certa de que vamos dar uma resposta à população, mesmo que tentem atrapalhar nossos trabalhos”, afirmou o Deputado Wellington Luiz, presidente da CPI.
Wellington Luiz também criticou o Ministério Público do DF por se negar a repassar à CPI documentos e gravações entregues pela presidente do SindSaúde. Após o primeiro depoimento de Marli Rodrigues, os parlamentares deram um prazo de 10 dias para o Ministério Público, encaminhar os documentos que tem em posse. A data final seria hoje (15/08), diante disto, os parlamentares decidiram impetrar ação para o recebimento do material entregue pela sindicalista.
Áudios inéditos
O Deputado Lira, relator da CPI, questionou Marli Rodrigues sobre a declaração dada durante entrevista ao Sindicato dos Médicos, no dia 26 de julho, em que ela teria declarado ter em mãos áudios inéditos sobre as denúncias apresentadas à CPI. Ela negou que tenha outros áudios e garantiu que não entregou as gravações para a imprensa e chegou a questionar se os áudios não teriam sido vazados na própria CLDF. Diante disto, os parlamentares afirmaram que os novos áudios sequer estavam em posse dos membros da Câmara Distrital.
Reunião Secreta
O deputado Wasny de Roure apresentou uma lista de contratos firmados pela Secretaria de Saúde com mais de 60 empresas nos anos de 2015 e 2016 e perguntou se Marli teria conhecimento de alguma irregularidade. A depoente respondeu que em pelo menos três empresas haveria indícios de corrupção, mas preferiu dar mais detalhes somente em reunião secreta, sem a presença da imprensa ou de assessores, que deve ocorrer ainda hoje, após a reunião em plenário.
Por Ana Comarú