Depoimento de Marli Rodrigues
Após ter os áudios comprometedores vazados, que apontam a existência de pagamento de propina e desvio de dinheiro da saúde no GDF, a sindicalista Marli Rodrigues foi convidada a prestar depoimento durante a oitiva na CPI da Saúde do DF na manhã de quinta-feira (21/07) desta semana. Ela gravou conversas com o Vice-governador Renato Santana e o ex Secretário de Saúde Fábio Gondim.
O organograma
Ela apresentou um organograma feito à mão em maio, pelo ex-subsecretário de Infraestrutura e Logística da Secretaria de Saúde Marcos Júnior fez o documento enquanto explicava a ela as supostas irregularidades na pasta, onde o governador Rollemberg (PSB) e a mulher dele, Márcia Rollemberg, seriam os mentores de um esquema de corrupção dentro da Secretaria da Saúde do DF.
O motorista que virou subsecretário e rasgava notas de compra
A presidente do sindicato afirmou ainda que Marcello Nóbrega, que era motorista da primeira-dama foi indicado pela mesma ao cargo de atual Subsecretário de Infraestrutura e Logística da Secretaría de Saúde, segundo Marli, ele segurava os processos e atrapalhava o trabalho dos secretários que passaram pela pasta. Ele também foi o responsável por rasgar uma nota de empenho da compra de marca-passos, que posteriormente foram adquiridos com valor acima do mercado.
Ticket Car e a manutenção da frota
Segundo Marli Rodrigues, as investigações começaram a partir de um contrato de manutenção de veículos da Secretaria de Saúde, firmado pela Secretaria de Planejamento e Gestão com a empresa Ticket car. Ela descreveu o estado atual das frotas e afirma que a empresa, responsável pelo reparo de 1,5 mil carros, recebia R$ 12 milhões por ano, o que seria o suficiente para renovar toda a frota em 3 anos.
O kit dengue
Marli relatou à CPI, superfaturamentos na compra de kits contra a dengue por R$ 55 cada, quando o preço médio de mercado, segundo ela, varia de R$ 8 a R$ 22. A Secretaria de Saúde confirmou a compra dos kits apenas na gestão passada pelo valor de R$ 55 e informou que no atual governo foram comprados kits nos valores de R$ 8 e R$ 9.
Parlamentares pedem provas
Ao ser questionada sobre a documentação que comprova as denúncias apresentadas, Marli Rodrigues afirmou que os documentos foram entregues ao Ministério Público, que a orientou a não entregar cópia à CPI da Saúde, com o intuito de não atrapalhar as investigações. O presidente da CPI, o Deputado Wellington Luís afirmou que, e é de direito da CPI receber os documentos que ela entregou ao Ministério Público, e irá solicitá-los ao órgão. Clique aqui para ler o depoimento completo.
Depoimento do vice-governador Renato Santana
Na tarde da quinta-feira (21) foi a vez do vice-governador Renato Santana prestar depoimento à CPI da Saúde, após ter tido áudios de conversas gravadas entre ele, Valdeci Medeiros e a presidente do SindSaúde Marli Rodrigues divulgados pela imprensa.
Quando questionado pelos deputados se teria se sentido traído pela sindicalista Mari Rodrigues, ao ter conhecimento do vazamento da conversa. Santana afirmou não ter nenhum tipo relação com a presidente e disse ainda que não tinha nenhum tipo de receio a respeito das gravações e que estava na CPI para dizer a verdade.
“Infelizmente tem homens e mulheres e cada um age à sua maneira. Nós temos o rigor da lei para tratar qualquer tipo de desmando ou desvio de conduta, enfim. Ela buscou fazer à sua maneira se é correto ou não se é licito ou não, eu não sou julgador eu vim aqui contribuir com essa comissão e dar esclarecimentos, não tenho nenhum tipo de relacionamento com a senhora Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde”, declarou o vice-governador.
Diante das afirmações feitas pelo vice-governador que iam de encontro com as declarações da presidente do SindSaúde, o Deputado Wasny de Roure (PT) propôs uma acareação entre os dois depoentes envolvidos nas gravações. O que foi descartado de imediato pelo vice. Leia mais aqui
Por Ana Comarú e Evely Leão