O governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), recebeu na noite de quarta-feira (8/Jul), no Palácio do Buriti, representantes de entidades sindicais de diversas categorias de servidores do GDF. Em uma reunião de quase duas horas o governador reconheceu o erro e se desculpou por não estabelecer diálogo com os sindicatos desde o início do governo, apresentou dados da atual conjuntura econômica e pediu apoio para garantir a governabilidade do DF.
Da equipe do governo, participaram da reunião o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, os secretários de governo, a secretária de Planejamento e Gestão, Leany Lemos, o secretário de Relações Institucionais e Sociais, Marcos Dantas, o secretário da Fazenda, Leonardo Colombini, o secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização, Antônio Paulo Voguel e o secretário-adjunto das Relações Institucionais e Sociais, Manuel Alexandre. Além do Sindate-DF, representantes de outras entidades sindicais se fizeram presentes à reunião.
Rollemberg observou a importância do GDF buscar estabelecer o diálogo com as entidades sindicais de modo a buscarem, juntos, alternativas para aumentar a receita do DF. “O objetivo é a gente ampliar, é intensificar o diálogo com os diversos segmentos do Distrito Federal com o objetivo de ouvir um pouco vocês e buscarmos juntos, alternativas para ampliar a receita do Distrito Federal.”, afirmou Rollemberg.
Panorama Econômico
Durante a reunião Leany e Colombini apresentaram um balanço da execução orçamentária para demonstrar o diagnóstico das contas públicas do governo, do primeiro semestre de 2015, comparados ao mesmo período de 2014 e a conclusão é que há um déficit projetado para este ano de aproximadamente 1,4 bilhões, o que deve impactar a partir de agosto e setembro para manter os pagamentos em dia.
O secretário da Fazenda observou ainda que a estimativa é que no terceiro quadrimestre o DF deve permanecer acima do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e que ao final de 2016, dados as projeções, o GDF pode estourar o limite global da LRF, de 49%. Atualmente o governo está impedido de nomear novos servidores por estar acima do limite prudencial de 46,55%.
Durante a exposição o Governador afirmou que tem buscado alternativas junto ao governo federal e a Câmara Legislativa do DF (CLDF) para aumentar a arrecadação de receitas para o Distrito Federal.
Parceria com Sindicatos
Rollemberg se desculpou pela falta de diálogo com o movimento sindical e reafirmou a necessidade de apoio para ajudar a aumentar a receita do DF e para isso pediu apoio ao movimento sindical. Para Rollemberg: “Nós queremos e vamos trabalhar e ter a convicção que vamos conseguir pagar em dia, pagar tudo o que está previsto na Lei, mas a gente gostaria de pedir o apoio do movimento sindical, para que dentro das suas, sem abrir mãos de suas prerrogativas pudessem nos ajudar naquilo que for possível para que a gente possa aumentar essa receita.. ”, afirmou.
Sindicatos Reticentes
Após a explanação de Rollemberg, os representantes dos sindicatos elogiaram a iniciativa do GDF, mas criticaram a demora por parte do governo em estabelecer o processo de diálogo com o movimento sindical.
Céticos os representantes criticaram o que chamaram de “terrorismo” por parte do governo em relação às práticas do GDF em tornar manchetes na imprensa, sem conversar com o movimento sindical, questões a exemplo de possibilidade de demissão de servidores, a falta de recurso para pagamento ao final do ano e o descaso do governo em relação aos servidores do GDF.
O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem, João Cardoso, lembrou a necessidade de um plano de carreiras e a importância da saúde do trabalhador. “Nós da saúde e da educação somos taxados por negligência com relação ao trabalho. O Absenteísmo chega a 48% ou até mais. Mas porque isso acontece. É porque a saúde não está sendo cuidada, somos cuidadores da saúde da população do usuário, mas o governo do Distrito Federal não tem feito isso.”, afirmou Cardoso.
O vice-presidente do Sindate, Jorge Vianna, lembrou que o deputado federal, Rogério Rosso, está buscando intermediação da presidente Dilma Rousseff (PT), para tentar obter recursos de modo a amenizar o impacto da crise financeira do DF.
Para Vianna: “Finalmente o governador se deu conta que o papel dos sindicatos é imprescindível para garantir a governabilidade do DF. O papel do Sindate sempre não é fazer oposição ou ser favorável ao governo, mas defender os interesses dos profissionais de enfermagem. Incluisive, lutar para garantir que a gestão da Saúde permaneça 100% SUS e que o GDF desista de trazer OSs ou Fundações Públicas de Direito Privado para terceirizar servidores.”
Por Kleber Karpov
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