Baixos salários da rede privada faz com que profissionais se sujeitem a horas de espera sob sol intenso em busca de contrato temporário na Secretaria de Saúde.

Por Kleber Karpov

A direção do Sindate-DF acompanhou, na quinta (15/5), as inscrições de cerca de 2 mil candidatos que concorrem as 110 vagas para técnico em enfermagem, do concurso de contrato temporário da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF).

Com mais de 2 mil candidatos o tempo de espera que em alguns casos ultrapassaram seis horas. Os diretores classificaram como desrespeito a forma como a SES conduziu o processo de atendimento aos profissionais. De acordo com o diretor jurídico, Newton Batista: “Pela manhã havia mais de 2 mil candidatos e a Secretaria sequer haviam pensado em distribuir senhas.” , afirma Batista.

Para facilitar a vida dos candidatos que precisavam tirar cópias de documentos, a diretoria do Sindate-DF montou uma estrutura improvisada para oferecer esse serviço gratuitamente. A diretora do de cultura, Joseane Jacob avalia que pela dificuldade de acesso, a SES: poderia ter disponibilizado a xerox para os candidatos.

SALÁRIO DIGNO

O vice-presidente do Sindate, Jorge Vianna, aponta que o concurso atraiu tanta gente por causa do salário de R$ 1,7 mil, com carga horária de 24 horas semanais. Para Vianna: “Quase todos os profissionais atuam na rede privada. Esse sonho de ser servidor público, mesmo que para assumir uma vaga temporária ocorre por causa da discrepância entre os salários praticados pelas empresas privadas em relação ao GDF.

CAMPANHA SALARIAL

Os trabalhadores da rede privada estão em campanha salarial e uma das principais pautas de reivindicações da categoria é a equiparação do piso salarial, hoje de R$ 830, com o praticado pelo GDF. Para Vianna: “Não é possível que esses profissionais continuem a ganhar menos da metade de um salário de um servidor público.”, argumenta ao observar que: “conseguir reduzir essa diferença salarial é uma das prioridades do Sindate, para que os trabalhadores da rede privada não precisem se sujeitarem a esse tratamento humilhante que a SES submeteu nossos profissionais.”, complementa Vianna.

EXCEDENTES

Outra questão abordada por Vianna foi a realização de novas contratações temporárias quando a SES poderia ter aproveitado parte dos excedentes do concurso público realizado em 2012. De acordo com Vianna: “Se houvesse vontade política por parte da Secretaria não haveria esse tipo de problema.”, afirma.

Vianna explica ainda que há meses a diretoria do Sindate tenta viabilizar a contratação dos excedentes: “Há cerca de 5 mil técnicos em enfermagem, concursados e habilitados para serem empossados, mas que foram ignorados pela SES.” critica.

CONCURSO PÚBLICO

Jorge questiona também ainda a necessidade de realização de dois concursos de contrato temporário, no espaço de um mês, quando tem anunciado a realização de concurso público. Para Jorge, a SES demonstra a falta de planejamento com o pretexto de cobrir demandas de UPAS e hospitais. Para Jorge: “A SES sabia das demandas portanto deveria ter aberto concurso público em tempo hábil.”, afirma Jorge.

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