Deputados esperam resolver questões jurídicas nesta semana; votação está suspensa, e há recursos no STJ e no STF. Buriti segue afirmando que demora gera ‘risco’ aos cofres.
Por Mateus Rodrigues e Neila Almeida*
m meio a disputas jurídicas, a análise do projeto de lei que reformula a previdência dos servidores públicos do Distrito Federal foi adiada, pelo menos, para o próximo dia 19. Nesta segunda-feira (11), líderes partidários da Câmara Legislativa voltaram a debater alternativas para o dilema dos fundos de aposentadoria.
De acordo com a presidência da Casa, a expectativa é de que os recursos judiciais que tramitam no Tribunal de Justiça do DF, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF) sejam julgados ainda nesta semana, abrindo espaço para a votação.
Questionado pelo G1 nesta segunda, o governador Rodrigo Rollemberg disse que espera ver o projeto votado “em tempo hábil”, mas “quem define o tempo hábil é a Câmara”. Ainda segundo Rollemberg, as mudanças sugeridas por alguns deputados no texto do Executivo podem elevar o déficit da previdência em até R$ 500 milhões.
Na Justiça
No domingo (10), o governo do DF recorreu ao STF para retomar a votação do projeto de lei. Entre outras coisas, o texto vincula os novos servidores ao teto de aposentadoria do INSS (hoje, em R$ 5.531,31), com previdência complementar para elevar esse valor, e funde os dois fundos de previdência que coexistem hoje.
A primeira proposta é consensual, mas a segunda é contestada por sindicatos e deputados de oposição. O projeto chegou a ser pautado no plenário da Câmara, na última terça (5), mas foi retirado depois que o Tribunal de Justiça do DF concedeu o mandado de segurança.
No recurso, a Procuradoria-Geral do DF diz ao STF que a barreira à tramitação da lei é “uma violência institucional, uma afronta ao princípio da separação de poderes e um menoscabo do princípio da soberania popular.
“O projeto de lei é urgente e sem ele ocorrerá, já no mês que vem, o colapso das finanças distritais. Não existem alternativas.”
Ameaça de parcelamento
Na saída de uma reunião no Palácio do Buriti com representantes do setor produtivo, nesta segunda, a secretária de Planejamento, Leany Lemos, afirmou que a pasta cogita “rodar duas folhas de pagamento”. Os contracheques, segundo o governo, são gerados no dia 20 – na manhã seguinte à data prevista de votação.
“Esses vaivéns da folha [de pagamento] têm que acabar antes do dia 20, para fechar. Então, ainda não há uma definição desse valor, nem da forma de parcelamento. Mas, caso [o projeto] não seja aprovado, é certeza que vamos ter de rodar a folha inteira, para o caso de ter a aprovação do projeto, e ela parcelada, para o caso de não aprovação”, diz Leany.
“Eu vou ter que trabalhar com o plano A e o B. Isso é certíssimo, se não aprovar, vamos ter parcelamento. Não dá pra rodar a folha em três dias, vamos ter que trabalhar com o A e o B prontos.”
*sob orientação de Maria Helena Martinho
Fonte: G1








